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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O que é a doença mental?

No passado o assunto da doença mental estava rodeado de mistério e medo. Actualmente, embora já tenha ocorrido uma grande evolução na capacidade de compreensão e, especialmente na possibilidade efectiva de tratamento, questões relacionadas com a doença mental muitas vezes ficam por responder, impedindo o caminho para a recuperação.

A doença mental é comum? Qual o impacto que tem na sociedade?

A doença mental é comum e as condições intermédias entre saúde e doença são muito comuns. Um quinto da população adulta e um quinto das crianças em idade escolar sofre de uma doença mental diagnosticável. A doença mental severa e persistente é menos comum mas, ainda assim afecta 3% da população.

A grande maioria das pessoas com doenças mentais continua a funcionar no seu dia-a-dia embora com diversos níveis de dificuldades. Os custos dos cuidados médicos são cada vez mais elevados devido aos recursos gastos com síndromes psiquiátricos não diagnosticados.

Quais são as causas das doenças mentais?

As causas exactas das doenças mentais não são conhecidas, mas uma grande quantidade de investigação na área trouxe-nos mais próximos das respostas. É possível dizer que existe uma certa predisposição genética que actua em conjunto com factores do ambiente. A pobreza e o stress são bem conhecidos como prejudiciais para a saúde – isto é verdade para a saúde mental e física. De facto, a distinção entre saúde “mental” e “física” pode ser enganadora. Tal qual como a doença física, as desordens mentais podem ter uma natureza biológica e muitas doenças físicas podem igualmente possuir uma forte componente emocional.

São os possuidores de doença mental violentos?

Existe o preconceito que os doentes mentais são violentos contribuindo para o estigma da doença mental. A grande maioria dos doentes mentais não é violento e a maioria dos actos violentos são conduzidos por pessoas que não são doentes mentais. Aliás, os possuidores de doença mental têm maior probabilidade de serem vítimas de violência bem como de se magoarem a eles próprios ao invés de outros.

O que fazem os Psicólogos? Qual a diferença entre Psiquiatra e Psicólogo?

Os tratamentos mais recentes para a doença mental são muito efectivos – tão efectivos como o cancro, a artrite ou a tensão alta. Mas um bom tratamento para a doença mental (como o tratamento das úlceras ou de problemas cardíacos) envolve uma abordagem compreensiva. A medicação não é com frequência a única solução para uma doença crónica, embora se tenham desenvolvido excelentes medicamentos nos últimos anos.

É pois o Psiquiatra que desenvolve um plano medicamentoso individualizado mas, normalmente passa pelo Psicólogo uma abordagem mais centrada no doente e nas suas dificuldades do dia-a-dia. O psicólogo ajuda o doente mental a entender a doença e a entender o que ele pode fazer para resolver os problemas da sua vida que contribuem para essa doença (como por exemplo problemas no trabalho, escola, família ou comunidade). O tratamento da doença mental envolve uma avaliação completa a nível mental e físico e um plano de tratamento individualizado que pode, ou não, incluir psicoterapia, medicação ou outras modalidades, envolvendo assim a cooperação e simbiose entre Psiquiatria, Psicologia ou outras especialidades (por exemplo Nutricionista ou Dermatologista).

É difícil marcar consulta num Psicólogo?

Normalmente os hospitais locais ou centros de saúde possuem esta especialidade no entanto, poderá ser complicado obter uma vaga em tempo útil, tal como acontece em alguns locais do nosso país para outras especialidades. Existem algumas empresas/ seguradoras ou planos de saúde que possuem esta especialidade comparticipada. No caso de crianças em idade escolar, poderá procurar o Psicólogo escolar. Pode ainda recorrer a vários gabinetes e clínicas que tenham esta especialidade ao nível das consultas privadas.

Fontes:
Material traduzido e adaptado de: American Psychiatric Association (APA)
Para aceder à informação original clique aqui:
www.healthyminds.org

Artigo proposto por: Lara Alves, Psicóloga Clínica, laralves@portugalmail.pt